
Uma das experiências de vitivinicultura é realizada no Campus Curitibanos da UFSC. Foto: Henrique Almeida / Agecom
Produtores de uva de Santa Catarina estão utilizando videiras italianas testadas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e estão conseguindo obter resultados positivos na fabricação de vinhos. Este é um dos resultados do contrato de cooperação entre Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Fondazione Edmund Mach (FEM), em Trento, na Itália. Pelo acordo, diferentes tipos de uvas da Itália são trazidas para Santa Catarina e analisadas quanto à sua adaptação ao clima e as doenças locais.
Na primeira etapa da pesquisa, iniciada em 2006, 36 cultivares de viníferas foram plantadas nas cidades de São Joaquim, Campos Novos, Tangará e Água Doce. Segundo o professor Aparecido Lima da Silva, do Departamento de Fitotecnia, algumas videiras testadas responderam positivamente às condições regionais e ficarão em observação, agora em outras localidades: Urussanga, Curitibanos e Videira, além da continuidade em São Joaquim e Água Doce.
Uma das experiências é realizada dentro da Universidade. Em Curitibanos, o professor Leocir José Welter, do curso de Ciências Rurais, desenvolve pesquisas para o melhoramento das viníferas. “Existe lá uma forte ação em conjunto com a Epagri de Videira para buscar melhores resultados em questão de recursos genético para as uvas”, contou Aparecido.
As uvas do início da parceria, que já estão no terceiro ano de avaliação, apresentaram boa qualidade nos vinhos em testes na Cantina Experimental da Epagri. Além de aumentar a área para os novos testes, mais videiras serão trazidas para Santa Catarina, desta vez incluindo plantas nativas da Alemanha, sempre com o apoio da FEM. “A Fundação proporciona um grande apoio, que traz muitos benefícios para Universidade, como tecnologia, laboratórios, integração com pesquisadores”, acrescentou o professor Aparecido.
O acordo também rende à Universidade e aos estudantes a oportunidade de aprofundar pesquisas utilizando a estrutura da FEM em programas de intercâmbio, e já resultou em diversas publicações nacionais e internacionais. Estudantes da pós-graduação no Centro de Ciências Agrárias (CCA) e pesquisadores já foram à Itália em cooperação com o programa de doutorado da FEM. “A ideia é que, por ano, um pesquisador e um aluno viajem e finalizem no Brasil o estudo iniciado lá”. A UFSC e a FEM renovaram o contrato de cooperação no início de março.
Murici Balbinot / Estagiário de Jornalismo na Agecom/UFSC
